Um carregamento de gasolina importado pela Petrobras chegará ao Brasil até o dia 15 de abril para garantir o fornecimento ao aquecido mercado doméstico informou o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
Segundo ele, a gasolina será armazenada e utilizada em caso de necessidade.
"A gente vai trazer e armazenar. Se precisar usa, se não precisar não usa", disse o executivo. "No ano passado a gente importou para 10 dias, não deve ser muita coisa diferente disso", afirmou.
No ano passado a Petrobras importou 3 milhões de barris de gasolina de várias origens no início do ano, o que não fazia há cerca de 40 anos, também em função de um mercado interno aquecido.
Costa informou que as refinarias da empresa estão trabalhando a plena capacidade e produzindo 380 mil barris diários de gasolina, totalmente absorvidos pela demanda interna.
"Estamos produzindo o máximo de gasolina em todas as nossas refinarias e se verificarmos que o estoque está abaixando e que precisa importar, iremos importar", afirmou Costa.
O Brasil, a exemplo do que ocorreu no ano passado, tem registrado repiques na demanda por gasolina devido ao aumento do preço do etanol, já que usinas nas últimas duas safras elevaram a produção de açúcar em detrimento do combustível, olhando para um mercado internacional de elevados preços do adoçante.
O aumento do consumo de gasolina ocorre na entressafra da cana-de-açúcar, quando a disponibilidade de etanol é ainda menor e os preços sobem, reduzindo seu apelo junto aos donos de veículos flex.
Postos
Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, Alísio Vaz, alguns problemas pontuais surgem com o aumento da procura por gasolina em detrimento ao etanol.
Vaz dis que essa migração foi ainda mais forte nos últimos 15 dias, após novas altas no preço do combustível renovável.
"A migração nas últimas duas semanas do consumidor de etanol para gasolina acabou gerando uma demanda repentina para a gasolina, que eventualmente pode gerar alguns gargalos pontuais", afirmou Vaz.
"Não é uma situação de falta generalizada, é questão de um posto ou outro não conseguir seu pedido. Existe gasolina no mercado, o consumidor que não encontrar num posto encontra em outro", explicou, prevendo a normalização do mercado em maio.
Há relatos de postos em São Paulo que não dispunham de gasolina para abastecer veículos nesta semana.
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