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quarta-feira, 23 de março de 2011

ESTAMOS VIVENDO UM NOVO IMPERIALISMO?

Região ultrapassa a África e a Austrália como principal palco de ações para a produção de matérias-primas

Brasil recebeu quase a metade dos US$ 29,5 bilhões que foram aplicados pelo gigante asiático no ano passado

O foco já esteve na Austrália, depois passou a ser a África e agora é a vez de a América do Sul ser o principal destino dos investimentos diretos chineses.Os aportes, que já tinham se acelerado em 2009, cresceram quase duas vezes em 2010, somando US$ 29,5 bilhões -quase metade desse valor foi para o Brasil.
Os investimentos chineses na América do Sul representaram quase o dobro do que a África (antiga líder) recebeu no ano passado.
A maioria dos gastos foi dirigida para a produção de matérias-primas, especialmente petróleo, minério de ferro e cobre.É o caso das estatais Sinopec e Sinochem, que investiram US$ 10,2 bilhões no setor petrolífero brasileiro.
O motivo é garantir o abastecimento da indústria chinesa, tornando-a menos dependente das flutuações de preço internacionais.
As cotações das commodities já superaram neste início de ano os valores de 2008, que até então eram recorde.
Para Mauricio Mesquita Moreira, economista do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), esse aumento dos investimentos não significa que a região se tornou um "quintal" do país asiático.
Ele alerta, porém, que esses investimentos são muito concentrados em commodities e especialmente na Argentina e no Brasil, o que não ajuda a corrigir os desequilíbrios da balança comercial -os dois países vendem matérias-primas para os chineses e compram produtos industrializados.A maior parte dos investimentos é feita por estatais com pouca transparência.
"Além de questões delicadas de natureza política, ter o principal cliente como dono do negócio pode levar a problemas, com a maior parte do retorno do investimento sendo transferida aos clientes", disse Moreira.
Derek Scissors, especialista em investimento chinês da Heritage Foundation, em Washington, afirma que ainda é muito cedo para avaliar se a entrada dos chineses será positiva para a região, já que o investimento começou a crescer só a partir de 2009.
Ele diz que a América Latina, de certa forma, virou uma África subsaariana para os chineses, mas pondera que os asiáticos podem ter aprendido com a experiência africana para não repetir erros.
Ou seja: valorizar mais o uso de mão de obra local, tratar os trabalhadores de forma mais justa e dividir os benefícios com a comunidade onde está o empreendimento.
"Tudo pode sair muito bem ou pode ocorrer que as empresas sejam inexperientes ou predatórias: extraem o produto e caem fora."
Fonte-Folha de São Paulo

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