Após proibir o uso de alguns tipos de véu islâmico em público, o governo francês quer adotar outra medida que deverá criar atrito com a numerosa comunidade muçulmana do país: a proibição de orações nas ruas.
A intenção foi revelada ontem pelo ministro do Interior da França, Claude Guéant. Segundo ele, o "fenômeno" das orações muçulmanas de rua "deve acabar".
A intenção foi revelada ontem pelo ministro do Interior da França, Claude Guéant. Segundo ele, o "fenômeno" das orações muçulmanas de rua "deve acabar".
O governo diz que seu objetivo é aplicar o caráter laico do Estado francês, reafirmar a neutralidade religiosa nos serviços públicos e garantir a liberdade de culto.
"As orações de rua são uma manifestação que incomoda nossos cidadãos. Não são boas nem para o princípio do laicismo nem para a religião muçulmana", disse.
ALTA DEMANDA
Formalmente, a proibição vale para todas as religiões, mas na prática afeta em cheio os muçulmanos, que perfazem cerca de 10% da população francesa (5 a 6 milhões de pessoas).
Há hoje 2.000 mesquistas no país, mas elas não são suficientes para atender à demanda, sobretudo às sextas-feiras, dia da reza para o islã.
Em bairros de cidades como Paris e Marselha, a solução para muitos é estender seus tapetes e rezar na rua. Algo equivalente raramente ocorre com outras religiões.
Na Grande Mesquita de Paris, no bairro Quartier Latin, as medidas do governo causaram indignação. Ontem, a fúria maior ainda era direcionada à proibição de uso de dois tipos de véus -a burca e o niqab- que cobrem o rosto feminino.
Quem circular com algum desses trajes recebe multa equivalente a R$ 340.
"O presidente [Nicolas] Sarkozy está estigmatizando o islã. Diziam que esse era o país da liberdade e da igualdade, mas onde está a liberdade agora?", disse a francesa Khadidja Abdelatif, ao entrar no local. Ela usava um véu que cobria sua cabeça, mas deixava o rosto à mostra.
Segundo Abdelatif, algumas muçulmanas já estão com medo de usar o niqab, que deixa à mostra somente os olhos, depois que algumas mulheres foram detidas, na última segunda-feira.
A muçulmana Ranna Rekkab disse que normalmente não se interessa por política, mas hoje acredita que o presidente esteja perseguindo os muçulmanos para atrair eleitores conservadores e desviar a atenção dos problemas econômicos do país.
"Nasci aqui e acho que a França ainda é um grande país, mas o governo deveria resolver os problemas da população em vez de tratar de assuntos que dizem respeito a Alá", disse.
"As orações de rua são uma manifestação que incomoda nossos cidadãos. Não são boas nem para o princípio do laicismo nem para a religião muçulmana", disse.
ALTA DEMANDA
Formalmente, a proibição vale para todas as religiões, mas na prática afeta em cheio os muçulmanos, que perfazem cerca de 10% da população francesa (5 a 6 milhões de pessoas).
Há hoje 2.000 mesquistas no país, mas elas não são suficientes para atender à demanda, sobretudo às sextas-feiras, dia da reza para o islã.
Em bairros de cidades como Paris e Marselha, a solução para muitos é estender seus tapetes e rezar na rua. Algo equivalente raramente ocorre com outras religiões.
Na Grande Mesquita de Paris, no bairro Quartier Latin, as medidas do governo causaram indignação. Ontem, a fúria maior ainda era direcionada à proibição de uso de dois tipos de véus -a burca e o niqab- que cobrem o rosto feminino.
Quem circular com algum desses trajes recebe multa equivalente a R$ 340.
"O presidente [Nicolas] Sarkozy está estigmatizando o islã. Diziam que esse era o país da liberdade e da igualdade, mas onde está a liberdade agora?", disse a francesa Khadidja Abdelatif, ao entrar no local. Ela usava um véu que cobria sua cabeça, mas deixava o rosto à mostra.
Segundo Abdelatif, algumas muçulmanas já estão com medo de usar o niqab, que deixa à mostra somente os olhos, depois que algumas mulheres foram detidas, na última segunda-feira.
A muçulmana Ranna Rekkab disse que normalmente não se interessa por política, mas hoje acredita que o presidente esteja perseguindo os muçulmanos para atrair eleitores conservadores e desviar a atenção dos problemas econômicos do país.
"Nasci aqui e acho que a França ainda é um grande país, mas o governo deveria resolver os problemas da população em vez de tratar de assuntos que dizem respeito a Alá", disse.
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