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sábado, 16 de abril de 2011

DEU NA AULA DO TOTUS- FALANDO DOS BRICS ou BRICAS



Caros alunos: 
Sob os holofotes do mundo, os cinco países do Brics -Brasil, Rússia, Índia, China e, agora, África do Sul realizaram  a terceira reunião de cúpula na China, dentro dos conformes de um fórum e não como aliança ou bloco.
Cumpre lembrar que o grupo soma 18% da economia e quase metade da população mundial. Neste ano, o simbolismo da reunião dos cinco chefes de governo foi acentuado por ela ter coincidido com a advertência inédita do Fundo Monetário Internacional sobre o gigantesco deficit fiscal dos EUA (11% do PIB), ainda a superpotência econômica e militar.

A China, sozinha, responde por metade do PIB conjunto dos cinco países. Rússia, China e Índia são potências nucleares; com o ingresso da África do Sul, o Brasil deixou de ser o único que não tem a bomba atômica.


As diferenças de poderio militar e econômico têm como complemento interesses também divergentes. Basta citar os efeitos da moeda chinesa desvalorizada, que o Brasil promete incluir em pedido de investigação sobre a "guerra cambial" a ser apresentado à OMC (Organização Mundial do Comércio).
Na própria OMC, a Índia tem posições mais protecionistas que Brasil e China. A África do Sul foi admitida como representante do continente africano, onde brasileiros e indianos disputam oportunidades com os chineses.
Em 2010, China e Rússia apoiaram nova rodada de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU, aliando-se aos EUA e afastando-se de Brasil e Turquia.
A renda per capita no grupo é muito inferior à das potências do G7; a necessidade de desenvolvimento partilhada pelos cinco emergentes cimenta posições comuns sobre regulamentação financeira e redução do predomínio americano-europeu no FMI e no Banco Mundial.
No Conselho de Segurança -onde Brasil, Índia e África do Sul ocupam neste ano vagas rotativas-, os países do Brics têm posições afins. Quatro deles se abstiveram na votação que autorizou a confusa intervenção militar na Líbia. Mas o grupo ainda atua de forma reativa e deixa a agenda do órgão ser ditada por EUA, França e Reino Unido.
O fórum Brics é característico de um momento da política internacional em que predominam as ditas "coalizões de geometria variável", com configurações de alianças redefinidas conforme o tema e a conjuntura. Para o Brasil, é melhor estar dentro do Brics, pois a associação com outros "países-baleia" -com grandes população, território e mercado- garante participação em mais um pólo de poder geopolítico, ainda que em estágio inicial de formação.

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