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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O DITADOR COM MAIOR TEMPO NO PODER.

O ditador líbio, Muammar Gaddafi, conhecido por suas excentricidades, enfrentamentos com o Ocidente, caprichos sem fim e como o mais duradouro dos ditadores africanos, tem seu poder abalado pelos enfrentamentos armados vividos por seu país.

Nascido na cidade de Sirte, em 1942, criado em uma família dedicada ao pasto de camelos, Gaddafi estudou para chegar à Academia Militar.
Com seus companheiros de armas se aproveitou das lições de liderança e alcançou o poder com um golpe de Estado em 1º de setembro de 1969, quando derrubou o rei Idris Senussi, no poder desde a independência do país, em 1951.

Sabri Elmhedwi/Efe
Ditador da Líbia, Muammar Gaddafi em cerimônia para celebrar nascimento de profeta islâmico
Gaddafi em cerimônia; ao menos 233 pessoas morreram desde início das manifestações contra o ditador

Agora suas habilidades de liderança e talento para montar sua tenda em qualquer lugar e toda parafernália que durante todos esses anos o acompanharam estão sendo testadas, como já ocorreu em 1986, seguindo as ordens do então presidente dos EUA, Ronald Reagan, para bombardear seu palácio em Trípoli e a cidade portuária de Benghazi.
No entanto, a força motriz da atual revolta que abala os alicerces do seu poder é interna e não valerá a pena apelar como fez para chegar ao poder para as doutrinas pan-arabistas do líder egípcio Gamal Abdel Nasser, tendo em vista a derrubada de outro titã da região, Hosni Mubarak, quase tão longevo quanto ele.
A Líbia de Gaddafi recorreu ao Exército para sufocar os violentos protestos que vivem as principais cidades do país e, aparentemente, delegou a seu filho, Seif el Islam a tarefa de se comunicar com a população --algo incomum para um líder veterano acostumado a figurar como centro das atenções.
Em suas políticas de mudança ele recorreu a desestabilização de países africanos, repreendeu líderes palestinos e de outros países árabes que patrocinaram negociações com Israel, mesmo durante a Guerra do Golfo, em 1991, ele se absteve de apoiar Saddam Hussein.

Frederic Neema - 16.out.1989/Reuters
Gaddafi com o ex-ditador egípcio, Hosni Mubarak, em 1989;
Gaddafi com o ex-ditador egípcio, Hosni Mubarak; manifestantes pedem saída de ditador há 42 anos no poder

Entre suas "genialidades" políticas --para além de seu Livro Verde, escrito por ele e usado como Constituição na Líbia-- em torno da unidade do mundo árabe, Gaddafi pretendeu estabelecer alianças como a fusão de curta duração com Egito, Tunísia, Argélia e Marrocos.
Criador da União Árabe Socialista, partido único, as receitas de petróleo facilitaram suas conhecidas excentricidades e megalomaníacas intervenções entre outros países vizinhos nas guerras em curso no Chade.
Sobrevivendo a mais um golpe de Estado, a chamada "revolução cultural", anunciada em 15 de abril de 1973, significava a solidificação de seu poder diante a formação de comitês populares de base e a criação de um novo governo.
Implacável na repressão de qualquer dissidência, sua cumplicidade com atividades terroristas significaram a aprovação de sanções em 1992 pelo Conselho de Segurança da ONU por sua recusa a entregar dois suspeitos no atentado contra o avião da Pan Am quando sobrevoava Lockerbie, na Escócia, em 1988, onde morreram 270 pessoas.

Osman Orsal /Reuters
Manifestante rasga retrato de Gaddafi durante protesto; o cartaz diz: "Cruel Gaddafi, você vai se afogar no sangue que você derramou"
Manifestante rasga retrato de Gaddafi que diz: "Cruel Gaddafi, você vai se afogar no sangue que você derramou"

O endurecimento das sanções e o congelamento de fundos da Líbia em 1994 não impediu que ele mantivesse contatos estreitos com a rede de tráfico nuclear clandestino do engenheiro paquistanês A. Q. Khan, com quem tem contato desde 1984, de acordo com um relatório de 2008 da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Após a intervenção de Nelson Mandela em 1999, entregou os dois suspeitos do Lockerbie para julgamento realizado no mesmo ano, no 30º aniversário de sua revolução, enquanto se intensificava campanha de promoção internacional para abrir seus mercados, após sete anos de isolamento.
Em 2003, os EUA e a Líbia iniciaram uma reaproximação após Gaddafi ter dito que não iria desenvolver armas de destruição em massa, o que culminou com a troca de embaixadores em 2008.
Fonte - Folha de São Paulo

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