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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

AS REVOLTAS NO MUNDO ÁRABE

 Estamos observando algo sem precedentes na história do mundo árabe, onde governos ditatoriais autocratas, estão se desfazendo um a um, como num efeito dominó, através principalmente das manifestações populares.
Cumpre lembrar, que esta mesma população que hoje se manifesta, é a mesma que por muitos anos aceitou calada toda a forma de opressão vinda através do mando e do desmando dessas didaturas autocratas, saindo as ruas e mudando o curso da história. 
Em todas as revoltas, nenhum indivíduo ou grupo foi responsável, sozinho, pelas mudanças. Foi o povo que tomou as ruas.
Com menos de um mês de diferença, duas revoltas populares colocaram fim a ditaduras que duravam décadas, na Tunísia que ficou conhecida como "REVOLUÇÃO DE JASMIM"e no Egito como a "REVOLUÇÃO DO NILO".
Segue abaixo, um mapa explicativo dos países que hoje atravessam revoltas populares e uma cronologia da história dessas revoltas populares que clamam por democracia e liberdade.


REVOLUÇÃO DE JASMIM - TUNÍSIA
No dia 17 de dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi, de 26 anos, se imolou após a polícia confiscar o carro que usava para vender seus produtos. Recém-formado na universidade, Bouazizi tornou-se rapidamente um símbolo das insatisfações da população tunisiana. Ele não resistiu e acabou morrendo no dia 4 de janeiro, inflamando os protestos contra o governo. 
19/12/2010 - Um movimento social contra o desemprego e o alto custo de vida no país tomou as ruas da capital Tunis e de outras diversas cidades. Gradativamente, as manifestações se espalharam e se transformaram em confrontos violentos.
10/01/2011 - O presidente Ben Ali foi à TV pedir calma à população. Ele denunciou "atos terroristas" e anunciou a criação de 300 mil empregos até 2012 para resolver o problema do desemprego no país - principalmente o dos recém-formados. Os confrontos com as forças policias se acentuou, deixando dezenas de mortos. Depois de quase um mês de protestos crescentes, o Exército da Tunísia sinalizou uma recusa ao uso da força contra os manifestantes.
14/01/2011 - Milhares de tunisianos se reuniram na capital do país e nas províncias pedindo a renúncia do presidente, que se exilou na Arábia Saudita. Ele foi substituído interinamente pelo primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi. No dia seguinte, o presidente do Parlamento tunisiano, Foued Mebazaa, assumiu interinamente a Presidência do país. Ele foi designado pelo Conselho Constitucional da Tunísia que afastou definitivamente Ben Ali do cargo.

 REVOLUÇÃO DO NILO - EGITO

25/01/2011 - No que foi classificado de "Dia da Fúria", dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas do Cairo e de outras cidades do Egito exigindo a renúncia de Hosni Mubarak, há 30 anos no poder. As manifestações, inspiradas nos bens sucedidos protestos da Tunísia, foram encabeçados por jovens e tiveram a internet como grande palco de convocação e articulação. O opositor egípcio e antigo diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei, também foi um grande incentivador dos protestos: "Se os tunisianos o fizeram, os egípcios podem fazê-lo".
29/01/2011 - A população foi às ruas para pedir por melhorias em suas condições de vida, em um cenário de inflação e desemprego elevados. Nos dias que se sucederam, as manifestações ganharam corpo e também oposição. Confrontos entre os manifestantes e a Polícia egípcia deixaram vários mortos. Mubarak instituiu toque de recolher.
Para tentar sufocar a rebelião, no dia 29 de janeiro Mubarak demitiu todo o seu gabinete e nomeou Ahmed Mohammed Shafik primeiro-ministro e Omar Suleiman, vice-presidente do país. O novo governo tomou posse no dia 31.
01/02/2011 - Ao declarar que deixaria o poder somente após as eleições de setembro, e não imediatamente, Mubarak enfureceu a multidão que pedia sua renúncia. Mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas de todo país protestando contra o governo, na chamada "Marcha do Milhão".
01/02/2011 - A ONU estimou que os conflitos já teriam deixado mais de 300 mortos. O regime tentou esmagar os protestos que se intensificavam a cada dia. Enquanto os manifestantes desafiavam a Polícia, mantinham relação pacífica com os militares. Uma forte campanha na mídia estatal, retratava os manifestantes como agentes estrangeiros.
02/02/2011 - A manifestação se tornou violenta em 2 de fevereiro, quando um grupo de partidários de Mubarak, incluídos alguns jóqueis e condutores de camelos brandindo chicotes e varas, atacaram os manifestantes da oposição na praça Tahrir. Eles se enfrentaram a pedradas e pauladas. Alguns manifestantes derrubaram os jóqueis dos seus cavalos e camelos.
O governo também reprimiu a mídia estrangeira e os órgãos de defesa dos direitos humanos. Muitas pessoas foram atacadas e presas.
07/02/2011 - A revolta no Egito ganhou um herói: Wael Ghonim, executivo do Google no Egito, que incitou os protestos contra o regime pela rede mundial de computadores. Libertado após 10 dias preso pela Polícia, Ghonim se emocionou numa entrevista televisiva. Suas lágrimas e suas palavras inspiram os manifestantes e dão novo fôlego aos protestos.
10/02/2011 - Hosni Mubarak, perdeu a oportunidade de uma saída digna do poder, após governar o Egito com mão-de-ferro durante quase 30 anos. Em um aguardado discurso à nação, na noite do dia 10 de fevereiro, o presidente inesperadamente diz que permanece no cargo e se recusa a renunciar, apesar das manifestações populares e da pressão internacional. Ele apenas anuncia mudanças constitucionais e delega poderes ao vice-presidente. A reação da população nas ruas é de perplexidade e indignação.
11/02/2011 - A decisão não dura nem um dia. Na tarde de 11 de fevereiro, o vice-presidente do país, Omar Suleiman, vai à TV estatal anunciar que Mubarak finalmente deixou o cargo, após 18 dias de revolta, e que os militares assumiriam o controle do país até que novas eleições fossem realizadas, provavelmente em setembro. Os egípcios nas ruas explodem em lágrimas e alegria.
14/02/2011 - Cumprindo as promessas feitas para os milhares de opositores egípcios, o Conselho Supremo das Forças Armadas deu sinais de que vai dividir o poder com civis e de que realizará, em breve, um referendo sobre emendas à Constituição do país. O grupo vai suspender a Carta Magna, dissolver o Parlamento e formar uma comissão para redigir uma nova Constituição. Os militares também informaram que governarão o país por seis meses ou até a realização de eleições.
Fonte - Folha de São Paulo e o Globo

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