Para cumprir as projeções de que liderará a economia mundial neste século, a Ásia precisa evitar a "armadilha da renda média", na qual caíram o Brasil e a América Latina. A recomendação é de um relatório do Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB, na sigla em inglês).
O estudo, intitulado "Ásia 2050: Compreendendo o Século Asiático", adverte que a rápida ascensão asiática das últimas décadas não continuará no "piloto automático" ou é "predeterminada".
"Dada a história econômica de outras regiões e países uma vez bem sucedidos (notadamente Japão e Brasil antes e depois dos anos 1980), [o estudo] alerta formadores de políticas públicas e lideres empresariais contra se tornar complacente", diz.
Os obstáculos para impedir o "século da Ásia" são vários: crescente desigualdade social, falta de credibilidade das instituições públicas e financeiras, competição intensa por recursos naturais e mudanças climáticas.
Sobre as economias mais dinâmicas da região, a China e a Índia, o relatório diz que o maior desafio nos próximos dez anos é escapar da "armadilha da renda média".
O termo é usado para economias que, depois de sair da pobreza, não alcançam os países ricos, passando por períodos curtos de crescimento e até retração.A armadilha se refere à incapacidade tanto de competir com economias pobres, de mão de obra barata, quanto com países de tecnologia avançada - o que teria ocorrido com o Brasil e a América Latina nos últimos 30 anos.
"Esses países não podem fazer uma transição de um crescimento movido a recursos, com trabalho e capital de baixo custo, para crescimento movido a produtividade."
DIFERENÇA DE 3 BILHÕES
O exemplo de país bem-sucedido é a Coreia do Sul. País mais pobre do que o vizinho do norte em 1953, hoje tem uma das maiores rendas per capita da região, após forte investimento em educação e ampliação do mercado consumidor e dos serviços.
Tudo isso faz parte dos objetivos para os próximos cinco anos da China, país que, após anos de crescimento médio anual a 10%, baseado fortemente no modelo exportador, agora planeja pisar um pouco no freio, dar um salto tecnológico e aumentar a renda dos trabalhadores.
Caso a Ásia escape da armadilha, prevê o estudo, a sua participação no PIB mundial será de cerca de 51%. Mas no cenário em que países importantes da região fiquem estagnados na renda média, a fatia asiática cairia para 32%.
A diferença de crescimento entre o cenário otimista e o "latino-americano" equivale a 3 bilhões de pessoas de fora ou não da linha de pobreza.
Para não repetir os latino-americanos, o relatório enumera várias medidas: forte investimento em inovações científicas e tecnológicas, treinamento de uma força de trabalho altamente capacitada e construção de instituições confiáveis e previsíveis para proteção dos direitos.
O relatório recomenda ainda a melhoria das relações entre o Estado e o público.
"A qualidade da comunicação e o respeito entre os que governam e os que são governados se tornarão cruciais na medida em que as mídias sociais e outros instrumentos se tornarem disponíveis ao público."
"Dada a história econômica de outras regiões e países uma vez bem sucedidos (notadamente Japão e Brasil antes e depois dos anos 1980), [o estudo] alerta formadores de políticas públicas e lideres empresariais contra se tornar complacente", diz.
Os obstáculos para impedir o "século da Ásia" são vários: crescente desigualdade social, falta de credibilidade das instituições públicas e financeiras, competição intensa por recursos naturais e mudanças climáticas.
Sobre as economias mais dinâmicas da região, a China e a Índia, o relatório diz que o maior desafio nos próximos dez anos é escapar da "armadilha da renda média".
O termo é usado para economias que, depois de sair da pobreza, não alcançam os países ricos, passando por períodos curtos de crescimento e até retração.A armadilha se refere à incapacidade tanto de competir com economias pobres, de mão de obra barata, quanto com países de tecnologia avançada - o que teria ocorrido com o Brasil e a América Latina nos últimos 30 anos.
"Esses países não podem fazer uma transição de um crescimento movido a recursos, com trabalho e capital de baixo custo, para crescimento movido a produtividade."
DIFERENÇA DE 3 BILHÕES
O exemplo de país bem-sucedido é a Coreia do Sul. País mais pobre do que o vizinho do norte em 1953, hoje tem uma das maiores rendas per capita da região, após forte investimento em educação e ampliação do mercado consumidor e dos serviços.
Tudo isso faz parte dos objetivos para os próximos cinco anos da China, país que, após anos de crescimento médio anual a 10%, baseado fortemente no modelo exportador, agora planeja pisar um pouco no freio, dar um salto tecnológico e aumentar a renda dos trabalhadores.
Caso a Ásia escape da armadilha, prevê o estudo, a sua participação no PIB mundial será de cerca de 51%. Mas no cenário em que países importantes da região fiquem estagnados na renda média, a fatia asiática cairia para 32%.
A diferença de crescimento entre o cenário otimista e o "latino-americano" equivale a 3 bilhões de pessoas de fora ou não da linha de pobreza.
Para não repetir os latino-americanos, o relatório enumera várias medidas: forte investimento em inovações científicas e tecnológicas, treinamento de uma força de trabalho altamente capacitada e construção de instituições confiáveis e previsíveis para proteção dos direitos.
O relatório recomenda ainda a melhoria das relações entre o Estado e o público.
"A qualidade da comunicação e o respeito entre os que governam e os que são governados se tornarão cruciais na medida em que as mídias sociais e outros instrumentos se tornarem disponíveis ao público."
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